Ter conversas e continuar aprendendo sobre a defesa dos direitos digitais é algo que temos feito como FAU-LAC há algum tempo. Durante setembro de 2024, fomos a Portugal para participar do Encontro Global, um evento mundial que reúne redes de direitos digitais para a criação, colaboração, partilha de conhecimentos, chuva de ideias e debates. Devido à priorização de outros espaços de participação, não comparecíamos neste evento desde 2018.
No encontro estavam pessoas defensoras dos direitos digitais para conversar e trocar ideias sobre temas relacionados com eles, a segurança on-line para a sociedade civil e outros desafios na intersecção dos direitos humanos e da tecnologia. O olhar feminista foi levado às mesas de debate e às atividades a partir das vozes de ciberfeministas e hacktivistas.
Tivemos a oportunidade de conhecer e dialogar com organizações que receberam um #ApoioFAU, para impulsionar ações de cuidado digital e de tecnologias feministas. Também de manter conversas sobre como financiar o cuidado dos corpos digitais, entendidos como uma extensão do que agora somos. Além dos espaços onde se organiza muita resistência e construção de uma vida digna.
Dentro do encontro, participamos de um espaço com doadores convocado pela Fundação Ford, onde compartilhamos parte dos desafios que enfrentamos como Fundo, para continuar apoiando as ações de base sobre o cuidado digital. Desafios como o do sistema financeiro, dos entraves que as organizações apresentam ao receber as transferências, dos países com a falta de acesso à internet para muitas organizações e/ou as barreiras de acessibilidade para pessoas com diversidade funcional. Além disso, pudemos ouvir como outros fundos e financiadores estão se organizando para apoiar e financiar projetos e iniciativas sobre tecnologias e cuidados digitais. Este espaço nos permitiu entender melhor o ecossistema e como ele está atuando em questões digitais globalmente.
Esse retorno ao Encontro Global nos proporcionou informações primordiais sobre esse espaço e, ao mesmo tempo, sobre como os movimentos, organizações, doadores e ativistas estão se organizando em torno dos temas digitais e das tecnologias. Pudemos evidenciar a mudança na metodologia do espaço, uma nova forma de fazer este encontro onde se prioriza o diálogo e a conversa, e as agendas não são saturadas. Foi muito satisfatório voltar a ele e pensar em como podemos, a partir desse lugar, continuar a criar com outros fundos, organizações e doadores, para cuidar coletivamente dos nossos corpos digitais.